Quinta feira quase feia

Ontem foi um dia um tanto movimentado e diferente. Tudo começou na noite de quarta-feira. Até antes na verdade. Estava meio gripado, com dor de cabeça e dormi à tarde. Tanto para tentar me recuperar quanto para não ter sono durante o jogo do Grêmio contra o Botafogo pela Libertadores. Jogo às 21h45 quebra minha rotina. Como tenho corrido terças e quintas logo cedo, acordando às 5 horas, durmo pouco. Na quarta, além de ter pouco tempo para dormir, estava sem sono por dormir à tarde. Bagunçou tudo.

Nada disso, porém, era motivo para adiar o treino. Lá estava eu às 5h21 começando o treino. Mais uma vez, intervalados. Dessa vez, eram várias repetições. Confesso que só sabia o número e o tempo de cada uma delas. A parte dos intervalos de descanso fiz baseado no que acho que lembrava. Começou com 4 x 15 segundos. Depois, mais 5 x 30 segundos. Um descanso e mais 5 x 30 segundos. Por fim, deveria correr 3 minutos em ritmo mais forte e 2 minutos forte.

Com a confusão que fiz, acabei invertendo e fiz os 3 minutos muito forte e os 2 minutos mais moderado. Foi o contrário do que deveria, mas gostei do ritmo médio desses 3 minutos: 4:26 min/km, já no fim do treino, depois de vários tiros curtos. Antes das 6 horas já estava em casa e me preparando para sair. Aquela ideia de ir trabalhar de bicicleta ficou na minha cabeça. Pensei que talvez ontem fosse um bom dia para isso. Durante o banho decidi que iria pedalando para o trabalho.

Já tinha mais ou menos ideia do caminho que faria. Passo por locais onde quase não tem carro e movimento. É bem tranquilo. Demorei cerca de 27 minutos para fazer quase 5 km. Fui bem tranquilo, parando em um cruzamento e também caindo. Sim. Caí pela primeira vez depois que voltei a pedalar em abril deste ano. Já tive tantas oportunidades de cair que nunca pensei que a queda fosse acontece por motivo tão insólito.

Antes de falar da queda, uma pequena nota sobre combustível. No percurso, tem uma grande subida apenas. Nela, desci da bicicleta e fui empurrando, para evitar muito esforço e suar demais. Andar uns 50, 100 metros quase não me faz perder tempo. Acho até que faz ganhar dada a inclinação da subida. Melhor andar uns segundos e não gastar gasolina. Cada ida ao trabalho era quase 1 litro. Já temos uma pequena economia.

Sobre a queda. Estava na metade do caminho, sem maiores problemas. Por razões desconhecidas, decidi que poderia ser legal colocar uma música no celular. Quando coloquei a mão por cima do bolso, não encontrei o celular. O desespero tomou conta. COMO ASSIM? CADÊ MEU CELULAR? SERÁ QUE ESSA MERDA CAIU E EU NÃO PERCEBI? NÃO PODE SER! EU AINDA ESTOU PAGANDO. Tantos pensamentos vieram na minha cabeça que esqueci que estava em cima de uma bicicleta.

O resultado disso foi uma ida ao chão muito linda. Por sorte, as mãos servem para evitar que as quedas sejam muito graves. Foram bons amortecedores. Ficaram raladas, mas faz parte. O joelho direito também se ralou um pouco e a perna direita teve uns roxinhos do impacto. Ontem ainda doía de leve, mas parece que vai passar logo. Esses pequenos machucados só fui perceber depois. A minha única preocupação não era com cortes, sangue, bicicleta ou coisas do tipo.

Só queria saber onde estava o meu celular. Levantei, arrumei a bike e coloquei a mão por cima do bolso mais uma vez. Foi aí que senti aquela coisa retangular que estava no lugar de sempre. Sim! O celular nunca tinha caído. O bolso da bermuda que é meio grande e tinha deslocado o aparelho mais para o lado. Em um primeiro momento, quando fui tentar achá-lo, coloquei a mão no lado que ele não estava.

Resumindo, caí por culpa do celular que achei que tinha perdido, mas na verdade estava o tempo todo no meu bolso. O que ilustra bem a importância do celular para mim. Perder a carteira é bem menos traumatizante do que o celular. Menos mal que ele continuou no bolso, firme e seguro. Quem se deu mal no fim das contas fui eu. Uma queda besta, por precipitação, desatenção e desespero. A bicicleta também acho que ficou mais bamba e quebrou um negocinho da marcha, mas nada que impedisse ela de funcionar.

Até um motociclista parou e perguntou se estava tudo bem. Ainda meio atordoado da queda e da descoberta do celular no bolso, expliquei para ele a situação, mas nem sei as palavras que utilizei. Agradeço a preocupação dele. Continuei meu pedal até o trabalho. Passou o dia e era o momento de voltar. Fiz praticamente o mesmo caminho da ida. Só ficou um pouco maior porque fui direto no restaurante. Demorei cerca de 30 minutos.

Se não tiver quedas e cruzamentos, acredito que o tempo de ida e volta entre casa e trabalho vai ficar entre 20 e 25 minutos. De carro, demoro de 15 a 20 minutos, dependendo do trânsito. Quando tem acidente, já cheguei a demorar mais de 1 hora. Então, em termos de tempo, o carro ainda é mais rápido, mas pouca coisa. Fora que gasta gasolina. Com a bicicleta, pedalando em ritmo mais rápido, talvez consiga fazer neste tempo. O foco, porém, é pedalar em ritmo leve, só como meio de transporte mesmo.

Do restaurante, voltei para casa também de bicicleta. Só aí deu mais de 1 hora pedalando, além de mais de meia hora correndo. Para terminar o dia, 1 hora de pilates. Exceto pela queda não programada da manhã, foi um dia cheio. Pretendo fazer novas tentativas de ir trabalhar de bicicleta. Mesmo em ritmo leve, é uma forma de exercício para o dia a dia. Melhora a saúde (desde que eu não caia) e diminui as despesas (desde que eu não caia).

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