Companhia canina inesperada e o dilema do vínculo
Hoje aconteceu um fato bem legal, mas que também é ruim. Durante o aquecimento para o treino, um dos cachorros de rua daqui da região começou a me acompanhar. Não chamei nem nada, ele simplesmente achou uma boa ideia vir comigo.
Deu quase 2 km de companhia. E ele vinha todo belo e formoso. Em silêncio, nem dava para perceber que estava ali, exceto quando a sombra dele aparecia. Achei legal. Porque gosto de correr com os doguinhos.
A parte ruim é que fiquei pensando até quando ia me seguir. Porque vai que ele cria algum vínculo, faz os intervalados comigo e me segue até em casa. Eu não ia poder ficar com ele. Ia ser ruim deixar do lado de fora, apesar dele ser da rua e morar nas casinhas da rua.
Até parei o trote e dei uma caminhada. Ele parou também, mas foi caminhando à frente. Dei uma volta para retornar no ponto onde tudo tinha começado. Chegando lá, parei de novo, caminhei e fui indo na direção da quadra onde faço os treinos de velocidade.
Ele não esboçou vir, ficou parado. Bom sinal. Mas e se ele resolvesse começar assim que eu voltasse a correr? Aí fiz apenas um movimento leve com as mãos e falei sem alterar o tom de voz: “vai para lá”. E ele foi. Aparentemente, o doguinho da rua conhece tudo dos sinais.
O bom de cachorro de rua é que ele é totalmente livre e independente. Acho que estava me acompanhando porque foi a coisa divertida e diferente que aparece naquele momento canino. Depois que ele foi para o outro lado, já viu outros dois cachorros e resolveu interagir com eles.
Quase pus tudo a perder quando na primeira caminhada, encantado com o cachorro me acompanhando, tão bonitinho, fiz um carinho nele. Felizmente, deu tudo certo. Ele continuou sua exploração do seu território, todas aquelas ruas, e eu fiz meu intervalado morrendo sozinho.